As palavras que hoje ouvimos no Evangelho são como um bálsamo para o coração cansado. Jesus não fala a partir de um trono distante, mas como alguém que nos conhece por dentro, que sabe das dores, das angústias e do cansaço que tantas vezes carregamos. Ele não espera que sejamos fortes o tempo todo, nem que escondamos nossas fraquezas. Pelo contrário, é justamente aos cansados, sobrecarregados, abatidos que Ele dirige este convite cheio de ternura: “Vinde a mim”.
Quantas vezes carregamos fardos pesados demais. Fardos de preocupações, de feridas antigas, de culpas que não conseguimos soltar, de cobranças que o mundo e até nós mesmos nos impomos. Fardos de uma vida corrida, de responsabilidades que nos sufocam, de tristezas que guardamos em silêncio. Jesus não nos condena por estarmos assim. Ele nos acolhe. Ele nos entende. E Ele nos chama para junto de si.
Ao dizer “tomai sobre vós o meu jugo”, Jesus está nos convidando a um modo novo de viver. O jugo, no tempo de Jesus, era uma peça de madeira usada para unir dois animais, geralmente bois, para que caminhassem juntos, dividindo o peso da carga. Quando Jesus nos convida a tomar o seu jugo, Ele não está nos impondo uma nova carga, mas dizendo: “Caminha comigo. Divide comigo o peso da vida. Eu estarei ao teu lado.”
E por que o jugo d’Ele é suave? Porque é o jugo do amor. Porque é sustentado pela mansidão e pela humildade. Jesus é manso, não violento; é humilde, não arrogante. Ele não impõe, Ele propõe. Não exige perfeição, mas docilidade. Ser manso e humilde de coração é aprender a não viver com raiva, a não guardar rancor, a não se desesperar nas adversidades. É ter um coração que descansa em Deus.
O mundo de hoje nos empurra para a competição, para a pressa, para o medo. Mas o coração de Jesus é um lugar de repouso. Ele não promete tirar todos os problemas da nossa vida, mas promete estar conosco em cada um deles. Promete nos ensinar a carregar a cruz sem nos desesperar. Promete descanso verdadeiro, aquele que não é apenas físico, mas espiritual: paz, consolo, confiança.
Por isso, hoje, diante dessas palavras tão profundas, somos convidados a nos aproximar de Jesus com confiança. A entregar a Ele tudo aquilo que pesa em nós. A deixar que Ele nos ensine o caminho da mansidão, o caminho da humildade, o caminho do amor. Não precisamos fingir força diante de Deus. Podemos ser verdadeiros. Ele nos quer assim como somos, para nos transformar pouco a pouco em discípulos serenos, confiantes, livres.
Que cada um de nós, hoje, aceite esse convite. Que possamos dizer, com o coração sincero: “Senhor, aqui está o meu cansaço, aqui está o meu peso. Caminha comigo. Ensina-me a viver como Tu.” E assim, encontraremos descanso para a alma e força para seguir adiante, com esperança e fé.
Amém.
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