Hoje a Igreja celebra com alegria a memória de São Joaquim e Santa Ana, os pais da Bem-Aventurada Virgem Maria, avós de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma celebração que nos leva a contemplar o valor das raízes, da fé transmitida na família, e do papel sagrado das gerações que nos precederam.
A leitura do Eclesiástico (44,1.10-15) nos convida a fazer memória dos “homens ilustres” de nossa história, daqueles cujas obras de fé, justiça e fidelidade não foram esquecidas. O texto afirma que “os seus nomes vivem através das gerações”, e seus filhos são prova viva de sua retidão. Essa passagem nos ajuda a compreender o lugar de Joaquim e Ana no plano de Deus: foram pessoas discretas, silenciosas, mas cuja vida frutificou na pessoa bendita da Virgem Maria.
Deus preparou para seu Filho um lar, uma Mãe, uma história. E preparou também os corações que formariam essa Mãe. Joaquim e Ana são os troncos humanos dessa árvore bendita. Não sabemos muito sobre eles nos Evangelhos, mas a Tradição da Igreja sempre os venerou como os que cultivaram a fé, a esperança e a obediência a Deus, entregando ao mundo o maior presente: Maria, a Mãe do Salvador.
O Salmo 131, cantado hoje, fala da fidelidade de Deus à sua promessa: “Farei germinar o poder de Davi, acenderei uma luz para o meu Ungido”. Esse poder e essa luz vêm através de uma genealogia que passa por homens e mulheres simples, fiéis, silenciosos, mas cheios de fé. Joaquim e Ana são como essa terra boa onde germinou o broto da redenção.
E no Evangelho (Mt 13,16-17), Jesus declara: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem”. É um convite à gratidão: quantos desejaram ver e ouvir o que hoje nos é revelado! Joaquim e Ana viveram no tempo da espera, do silêncio de Deus. Mas mantiveram a fé, mesmo sem ver ainda a plenitude da promessa. Nós, porém, somos os que já vimos a luz brilhar na face de Cristo.
Celebrar hoje os avós de Jesus é reconhecer a importância dos que, mesmo não ocupando os primeiros lugares da história, têm papel decisivo no plano da salvação. É valorizar os avós, os pais, os anciãos que nos transmitiram a fé, que rezaram por nós, que foram colunas silenciosas em nossas vidas.
Queridos irmãos, que essa memória nos inspire a sermos também transmissores da fé. Que saibamos cultivar em nossas famílias os valores do Evangelho, a escuta de Deus, a oração, o amor perseverante.
Que São Joaquim e Santa Ana intercedam por todas as famílias, pelos avós do nosso tempo, e por todos aqueles que, mesmo no escondimento, ajudam a preparar os caminhos de Deus no coração dos homens.
Amém.
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